sexta-feira, 17 de abril de 2009

USINA CURITIBANA DE RECICLAGEM ATUA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Nem só de separação e reaproveitamento de lixo é feita a rotina da Unidade de Valorização de Rejeitos, mais conhecida como Usina de Reciclagem. A educação ambiental também faz parte do dia-a-dia da unidade, que, somente neste ano, recebeu a visita de quase 5 mil alunos de escolas públicas e particulares. O ingresso para o passeio é uma latinha ou uma garrafa plástica.Professores e alunos querem saber como funciona a coleta seletiva de lixo. Depois de visitar a usina e assistir a um teatro de bonecos feitos com material reciclado ou reaproveitado, os visitantes estão prontos para responder a qualquer pergunta relacionada a reaproveitamento de materiais e reciclagem. A maioria consegue respostas para boa parte das dúvidas já na primeira etapa da visita, durante o passeio onde é feita a separação do lixo reciclável. As outras dúvidas são esclarecidas pelos educadores ambientais na escolinha de educação ambiental, com capacidade para 120 pessoas. Depois do teatro de bonecos, os educadores (que acabam virando atores, dramaturgos e cantores) são sabatinados pelos alunos. As perguntas variam de acordo com a idade. “Crianças de até 7 anos querem saber sobre os processos de higiene, se os funcionários da usina não têm doenças, se lavam as mãos”, disse a monitora Veridiana Freitas. “Os mais velhos preferem saber como fazer com o lixo reciclável e no que ele pode ser reaproveitado.”Outra pergunta constante entre as crianças que visitam a usina é com relação à separação do papel em diferentes pilhas. Os brancos vão para uma pilha, e os jornais ou papéis coloridos, para outra. “Isso acontece porque, no momento da venda, os papéis brancos são mais valorizados. Enquanto se paga R$ 0,16 pelo quilo do papel-jornal, o valor para o papel branco é de R$ 0,25”, disse Veridiana.Para marcar uma visita, as escolas devem entrar em contato com o departamento de educação ambiental da Usina de Valorização de Rejeitos pelo telefone 3677-1706, com as funcionárias Andressa ou Josi. USINA RECEBE 120 TONELADAS DE LIXO POR SEMANA Semanalmente, 120 toneladas de lixo chegam à UVR. Os dejetos são trazidos pela Cavo, todas as segundas, quartas e sextas-feiras, mas em torno de 15% do que chega à usina tem de ser reencaminhado para aterros sanitários, como o da Caximba, porque é lixo orgânico que não pode ser reaproveitado.“É importante que as pessoas saibam o quê, exatamente, é o lixo reciclável”, afirmou um dos responsáveis pelo departamento de educação ambiental, Luiz Antônio Buscato. Os caminhões de Lixo que não é Lixo vêm entupidos de pacotes de salgadinhos, papel-alumínio, caixas de ovos, isopor, espuma e até roupas. Na melhor das intenções, o curitibano acredita que tudo o que não é comida é lixo que pode ser reciclado. “Mas não é o caso. Só podemos reaproveitar o papel, o metal, o vidro e o plástico. Nada mais”, disse Buscato.A usina, um projeto da Fundação da Ação Social (FAS), tem 66 funcionários divididos em setores específicos: separação do lixo, reaproveitamento, reciclagem e educação ambiental — além dos funcionários administrativos.DINHEIRO ENCONTRADO NO MEIO DO ENTULHO Ao longo dos anos o pessoal da usina acabou encontrando verdadeiras relíquias entulhadas junto com papéis, latinhas de massa de tomate e garrafas de refrigerante. Roupas cheias de lantejoulas, rádios antigos, mapas, fotografias e quadros, são alguns dos objetos encontrados em meio ao lixo. “É uma pena deixar isso tudo se perder”, comenta Buscato. Por isso foi criado o Museu do Lixo que não é Lixo. Desde que começaram a resgatar relíquias de dentro das caçambas que chegam à usina, já encontraram cerca de 1.000 peças dignas de figurar em um museu.Notas de dinheiro antigo são as campeãs. Há uma caixa cheia delas. Perdem o valor monetário, mas ganham valor histórico. Rádios também são freqüentemente encontrados nas lixeiras. Muitos deles, no entanto, não podem mais ser consertados. Assim como computadores da década de 70, com enormes disquetes, que fazem sucesso entre a meninada.A coleção de óculos existente no Museu do Lixo também é digna de registro. De gigantescos modelos, bem em moda nos anos 70, aos espelhados que fizeram a festa nos anos 80, são cerca de 100 peças — de sol e de grau. Relógios também ornamentam o museu. As peças ali expostas não podem ser vendidas. Procurados quase diariamente por antiquários ou colecionadores, os administradores do museu não vendem nem trocam nenhuma peça. “Podemos emprestar para colégios, exposições ou peças de teatro. Mas não vendemos”, disse Buscato.Anexo ao museu há ainda uma pequena biblioteca, formada por livros encontrados no lixo ou doados pela comunidade. Revistas, enciclopédias e obras de literatura ficam ali, à disposição de funcionários ou de pessoas interessadas em consultá-las. Mas não adianta se empolgar para fazer uma ficha na biblioteca: os livros não podem ser retirados do local.

(Ascom PMC)ServiçoDoações de livros, objetos ou materiais recicláveis podem ser feitas na Unidade de Valorização de Rejeitos — Rua Mauro Damas, s/nº, Fazenda da Solidariedade, Campo Magro. Telefone (41) 3677-1706.
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